O que é Proconve e como ele afeta o setor de transportes?

(Last Updated On: 1 de setembro de 2020)

Você está entre os profissionais da área de logística que têm conhecimento sobre o que é Proconve? A sua empresa está em dia com as diretrizes do programa? Você pode dizer que faz parte de uma organização comprometida com a redução de poluentes no setor de transportes?

Sob o ponto de vista ambiental, a atividade logística é uma das principais causas do elevado nível de poluição atmosférica que enfrentamos atualmente. Por isso, é natural que projetos sejam criados com o intuito de modernizar a prestação de serviços e minimizar o impacto da circulação de veículos pesados.

Se você tem interesse em conhecer como é possível modificar a operação sem abrir mão da produtividade, este conteúdo traz as informações que você precisa. Continue lendo o nosso guia e saiba mais!

O que é Proconve?

A atividade logística está sujeita a diversas normas que determinam em quais condições esse serviço pode ser desempenhado. Existe a legislação de trânsito que descreve desde a qualificação do motorista para dirigir caminhões até as penalidades em caso de excesso de peso.

Da mesma forma, as normas tributárias determinam, com rigor, quais tributos incidem sobre a operação e como funciona o seu recolhimento. Além disso, há a incidência das leis trabalhistas que preveem os direitos e deveres quando há a contratação de um motorista autônomo.

Por esse motivo, é natural que questões ambientais também sejam contempladas em projetos de lei. Hoje, o principal instrumento que temos com esse propósito é o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).

Para que você conheça detalhadamente o que é Proconve, vamos contar um pouco sobre a sua história e conquistas.

Histórico

O Proconve foi instituído no ano de 1986 como resposta ao crescente aumento da frota brasileira e da intensificação do tráfego nas grandes cidades. Problemas como congestionamentos, poluição do ar e sonora, e os danos à saúde são fatores que motivaram a criação desse programa pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

O seu objetivo é controlar e reduzir a emissão de poluentes por automóveis, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Para isso, foram criados limites máximos de emissão e prazos para que essas melhorias sejam efetivadas.

Essa é uma mudança que afeta não somente as empresas de transportes, que deverão adaptar ou substituir os veículos que não se enquadram nas regras, mas também influencia as montadoras.

Principais mudanças

Desde a sua criação, as normas Proconve determinam limites cada vez mais rigorosos para que as otimizações possam ser realizadas. Isso envolve a indústria de peças automotivas, a criação de alternativas de combustíveis menos poluentes e a qualificação de profissionais especializados.

Para incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias, o programa prevê o aporte de investimentos para subsidiar pesquisas voltadas para o aperfeiçoamento da indústria de veículos e transportes.

Além disso, conforme as fases avançam são criados métodos de inspeção e manutenção para garantir que todas as diretrizes estão sendo seguidas.

Quais são as fases do Proconve?

Como mencionamos, o Proconve está em vigor desde 1986, porém o projeto estava focado nos veículos leves. Contudo, foi identificado que a condição precária da frota de caminhões era responsável pela emissão de poluentes extremamente tóxicos e nocivos à saúde.

Por isso, a partir de 1987 foi dado início a estratégia voltada para veículos pesados que, além de descrever o que é Proconve, também criava as chamadas fases P.

Fase P1

Em 1987 foi dado início ao projeto que, nesse momento, ficou restrito ao controle da emissão de fumaça de caminhões e ônibus urbanos. A principal modificação foi à calibragem dos sistemas de injeção de combustível para reduzir a emissão de material particulado e óxido de nitrogênio (NOx).

Fase P2

A partir de 1994, as normas ambientais passaram a contar com diretrizes claras sobre o processo de inspeção dos veículos a diesel de acordo com essa fase do programa. Esse requisito serviu para acompanhar as mudanças realizadas nas câmaras de injeção e implantação do sistema de resfriamento do ar de admissão.

Também estabeleceu limites referentes à emissão de ruídos por veículos em aceleração e enquanto parado. Essa mudança valia para veículos novos, tanto nacionais como importados.

Fase P3

A fase que teve início em 1996 representa um marco para o andamento do programa. Nesse momento, os limites instituídos se tornaram ainda mais baixos quanto à presença de enxofre nos combustíveis e a emissão de gases poluentes.

Como resultado, as empresas fabricantes de veículos precisaram realizar mudanças mais abrangentes nos componentes dos veículos que deixaram as fábricas a partir daquele ano.

Fase P4

No ano 2000, a progressão do programa exigiu que 80% dos veículos atendessem as regras de acordo com as diretrizes do CONAMA. As melhorias ficaram restritas ao funcionamento dos motores e aos sistemas de injeção, que passaram a contar um conjunto de multiválvulas.

Fase P5

Em 2004, a principal mudança ficou por conta da otimização dos combustíveis. Em um acordo firmado entre montadoras e refinarias foram implementadas diversas inovações. Os motores passaram a contar com injetoras de alta pressão, turbo e intercooler com o intuito de adequarem-se aos novos limites.

Já as refinarias atuaram com o desenvolvimento de insumos considerados limpos, ou seja, com baixo potencial poluidor. Hoje, o Brasil adiciona 22% de álcool à gasolina, o que gerou um produto de alta qualidade e de baixo impacto ambiental.

Fase P6

Esta fase, iniciada em 2009, marca o período em que o país não foi capaz de atingir os limites estabelecidos. Parte do problema deve-se a indisponibilidade do diesel adequado. Várias áreas foram afetadas como o desenvolvimento e a logística do combustível. Também não houve a adição de ureia nos veículos, o que poderiam ter contribuído para a melhoria dos resultados.

Fase P7

Começou no ano de 2012 a fase em que nos encontramos até hoje, cuja meta era a redução de 60% nas emissões de óxidos de nitrogênio. Esse é um composto responsável por criar fumaça tóxica e chuva ácida.

Entre as mudanças propostas estava a ampliação da utilização do Arla 32. Esse composto químico é injetado no escapamento dos veículos que possuem o sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR).

A sua ação converte partículas de óxido de nitrogênio (NOx) presentes na fumaça em nitrogênio e água. A sua presença é responsável por reduzir em até 98% as emissões de óxido de nitrogênio na atmosfera nos motores de combustão a diesel.

Vale lembrar que esse não é um projeto que existe apenas no Brasil, a maioria dos países está comprometida com a criação de um ambiente propício à atividade econômica, porém com foco na preservação ambiental.

Por isso, fica claro com a evolução das etapas do programa demonstra como é possível adaptar a indústria de transportes e implementar otimizações que geram resultados reais. Essa é uma iniciativa que começa com a educação dos profissionais a respeito do que é Proconve e as suas conquistas nos últimos anos.

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