Os caminhões e as carretas são os principais veículos transportadores de carga no Brasil. E, quando falamos de carga, controle e segurança são muito importantes. Por isso, é recomendada a utilização de sistemas de rastreamento e monitoramento para melhorar a segurança durante o trajeto, considerando aspectos como roubos nas estradas e excesso de velocidade.
Existem, além disso, itens obrigatórios que os veículos de carga devem conter, como o cinto de segurança e, em alguns casos, o tacógrafo. Saiba mais sobre o tacógrafo para caminhão, o que ele é e para que serve!
O que é tacógrafo para caminhão?
O tacógrafo apareceu no século XIX e, no começo, era utilizado somente em trens. Atualmente, é obrigatório para ônibus e caminhões. Quem inventou esse dispositivo foi o engenheiro civil alemão Max Maria Von Weber.
Tacógrafo para caminhão é um dispositivo caixa-preta cuja finalidade é diminuir a quantidade de acidentes que acontecem nas estradas por causa do excesso de velocidade.
Ele monitora e registra instantaneamente, sem a possibilidade de alterações, a velocidade e a distância que o caminhão percorreu em determinado período. Dessa forma, ele é importante para:
- motorista de caminhão: em caso de acidentes, por exemplo, ele poderá usá-lo para confirmar que não é culpado;
- proprietário de caminhão: controla, por meio do mecanismo, as diferentes velocidades alcançadas pelo caminhão e o tempo que o motorista passou guiando;
- Polícia Rodoviária: fiscaliza, conferindo informações relevantes para a segurança nas rodovias.
Quais são os tipos de tacógrafo para caminhão?
Existem atualmente dois tipos básicos de tacógrafo:
- analógico;
- digital.
Tacógrafo analógico
O analógico pode ser mecânico ou eletrônico. O mecânico apresenta três agulhas ou sondas de metal. Já o eletrônico tem, no lugar do cabo mecânico, sinais eletrônicos, além de contar com display digital.
O tacógrafo analógico usa um disco diagrama, confeccionado em papel e com camadas de tinta e cera. Tem as dimensões de um CD, podendo ser diário ou semanal. Os caminhões utilizam mais os tacógrafos semanais, que têm sete discos, cada um com controle para 24 horas.
O tacógrafo para caminhão analógico registra os dados do motorista (ou motoristas), a velocidade em gráfico, a distância, a escala de tempo. Esse tipo ainda é muito usado no Brasil. Há estimativa de que cerca de 90% da frota nacional usa o tacógrafo analógico.
Tacógrafo digital
Os tacógrafos digitais começaram a ser vendidos no país em 2003. Eles não usam disco, mas uma fita diagrama: uma bobina, como as do cupom fiscal, onde ficam registradas as informações.
O tacógrafo digital registra os mesmos dados que o analógico, mas ainda controla e avisa sobre limite de velocidade, limite de aceleração, utilização do cinto de segurança, limite de velocidade durante chuvas, velocidade em excesso nas curvas, pontos de interesse na carroceria.
Os dispositivos de rastreamento apresentam função semelhante à do tacógrafo digital. A tendência é que se convertam em um mesmo equipamento porque os dois realizam telemetria e usam controles via GPS e internet.
Os principais modelos de tacógrafo digital são:
- VDO: Tacógrafo Digital BVDR;
- SEVA: modelo SVT-3000-A, modelo VT-140, modelo DT-1050;
- FIP: Tacógrafo Digital SPY32.
O que deve ser preenchido no tacógrafo?
No centro do disco, há espaços para preencher com informações que ajudam a interpretar e medir corretamente os dados:
- nome do motorista ou dos motoristas;
- identificação do caminhão;
- local;
- data do começo e do final da viagem;
- começo e fim da indicação do hodômetro;
- dados sobre a fabricação do próprio tacógrafo.
Como legalizar o uso do tacógrafo para caminhão?
No Brasil, ainda há muitos veículos que não têm tacógrafos ou que têm, mas não estão conforme as normas. A falta de informação é o motivo principal para esse problema.
Depois que comprar o tacógrafo, é necessário considerar duas situações:
- tacógrafo novo precisa de nota fiscal;
- equipamento usado precisa do último laudo.
Em seguida, é importante acessar uma página do site do Inmetro e emitir a GRU da taxa de verificação do aparelho. Além disso, é necessário também agendar a selagem (lacração) e o ensaio . Esses procedimentos são realizados no mesmo atendimento e em muitos casos, o mesmo posto de atendimento realiza essas duas atividades.
Para a emissão dos certificados, também é preciso acessar uma página específica do site do Inmetro. São emitidos dois certificados:
- certificado provisório (validade de três meses);
- certificado definitivo, cuja validade é de dois anos.
Quando é obrigatório usar o tacógrafo para caminhão?
Também chamado “registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo”, o tacógrafo para caminhão é obrigatório conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), instituído em 1997, e determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
O uso do equipamento é obrigatório para caminhões nos seguintes casos:
- veículos com PBT (peso bruto total) acima de 4,536 toneladas (4.536 quilos), desde que tenham sido fabricados a partir de 1º de janeiro de 1991;
- veículos que transportam produtos perigosos, conforme o Artigo 3º da Resolução Contran nº 87/1999.
Essa obrigatoriedade é devido aos maiores riscos que envolvem os casos citados, relacionados ao peso e à periculosidade da carga. Por isso, muitos fabricantes já vendem veículos com o dispositivo instalado (analógico, não digital). Para instalação do digital, é preciso adquirir à parte.
Mas existem veículos de carga dispensados de usar o aparelho:
- veículos com CMT (capacidade máxima de tração) menor que 19 toneladas (19.000 quilos) e fabricados até o dia 31 de dezembro de 1990;
- veículos com fabricação a partir de 1º de janeiro de 1999 e apresentam peso bruto total abaixo de 4,536 toneladas (4.536 quilos).
PBT é a soma do peso do caminhão + o peso da carroceria + o peso da carga. Já a CMT é a carga máxima que pode ser rebocada pelo veículo de acordo com o fabricante.
Desde 2009, o aparelho deve se submeter periodicamente à verificação do Inmetro. Esse processo é chamado “cronotacógrafo”.
O tacógrafo para caminhão é um grande aliado das transportadoras e dos motoristas, permitindo que o transporte de cargas seja mais seguro para todos, incluindo terceiros. O comportamento do motorista fica sob controle, o que é um benefício para ele mesmo, pois, a tendência é que ele seja mais prudente nas estradas.
Qual é a sua opinião sobre esse equipamento? Considera que nosso conteúdo é relevante? Aproveite, então, para compartilhá-lo nas redes sociais. O conhecimento deve ser compartilhado para gerar resultados. Os gestores de frotas e os motoristas compreenderão que não se trata somente de uma obrigação, mas há um motivo justificável para o uso do dispositivo.