Como fazer o transporte de alimentos perecíveis?

(Última alteração em: 19 de Janeiro de 2021)

Fazer o transporte de alimentos perecíveis é um trabalho que requer cuidados e especialização da parte dos profissionais de logística. Os gêneros alimentícios mudam as necessidades de conservação de acordo com o lugar onde serão realizadas as entregas e de como elas serão feitas. É importante que eles cheguem ao destino em boas condições.

Para garantir a conservação desses produtos, é fundamental cuidar do manuseio, do acondicionamento, das normas regulamentadoras e do meio de transporte que será usado. Vamos mostrar, neste conteúdo, como fazer o transporte de alimentos perecíveis. Acompanhe a leitura e confira!

O que são alimentos perecíveis?

Conforme determina a ANVISA, alimentos perecíveis são aqueles que sofrem alteração ou instabilidade perante a temperatura do ambiente. É o caso de ovos, alimentos congelados, frutos do mar, levedura e fermentos, carne, aves, peixes e derivados, frutas, legumes e cogumelos.

O transporte de alimentos perecíveis segue regras mais rigorosas em relação à temperatura, ao armazenamento, ao acondicionamento e ao transporte.

Quais são os principais problemas no transporte de alimentos perecíveis?

Os principais problemas que afetam o transporte de alimentos perecíveis são:

  • desligamento do aparelho de frio;
  • equipamento de frio com defeito;
  • sensor fora da tolerância (oscilações motivadas por influências externas);
  • sensor de temperatura defeituoso;
  • orientação errada;
  • sensor mal instalado;
  • unidade ou transportador/programação errada.

Quais são os cuidados para transportar alimentos perecíveis?

Conforme a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o maior percentual de desperdícios com alimentos acontece durante o transporte: 50% das perdas. É uma das consequências de não manter o registro eficiente da temperatura, o que nem sempre é fácil. Devem ser tomados alguns cuidados especiais no transporte de alimentos perecíveis. Listamos os principais a seguir.

Armazenamento

Durante o armazenamento, os alimentos ficam sujeitos aos efeitos do manuseio, o que aumenta os riscos de danos à embalagem. É um processo que exige atenção, pois:

  • os equipamentos de carga e descarga do lugar em que os alimentos estão armazenados devem ser apropriados para o transporte alimentício e devem contar com sistemas antivibração, além da condução de motoristas qualificados;
  • o armazém deve ser conservado a uma temperatura adequada para a preservação dos produtos, estando sempre higienizado para reduzir os riscos de contaminação;
  • os materiais empregados no acondicionamento, armazenamento e na movimentação da carga não podem ser danificados nem contaminar os alimentos;
  • é preciso que haja espaço entre os pallets para garantir a ventilação adequada dos produtos (não se recomenda encher completamente o armazém).

O tempo é um fator que agrava as condições de conservação, por isso, é importante que os itens permaneçam em estoque pelo período mais curto possível. Uma estratégia aplicada para garantir isso é que as mercadorias com prazo de validade mais curto devem deixar primeiro o armazém. Dessa forma, fica mais fácil garantir um bom controle de armazenamento.

Conferência das etiquetas

Antes de colocar os alimentos no veículo, é importante verificar se eles estão nas embalagens corretas e com etiqueta. As etiquetas devem se manter legíveis e sem manchas.

Elas contêm informações fundamentais para os consumidores e devem cumprir as determinações da ANVISA. Preferencialmente, os produtos devem chegar ao seu destino com as etiquetas

Temperatura interna

Os equipamentos usados na refrigeração não podem oferecer riscos de contaminação para os alimentos. As mudanças na temperatura podem facilitar a disseminação de microrganismos nocivos que levam à perda dos produtos.

Para evitar essa situação, é fundamental fazer o monitoramento da temperatura desde o início até o final da viagem. Certos equipamentos podem ser instalados para ajudar no monitoramento, emitindo alertas sempre que acontecerem mudanças na temperatura.

Tanto o gestor de logística quanto o condutor devem trabalhar juntos para reduzir os riscos de perdas. Conforme a categoria do alimento perecível, a temperatura varia:

  • produtos quentes, com temperaturas superiores a 65ºC;
  • produtos frios com refrigeração em torno de 4ºC e tolerância até 7ºC;
  • produtos frios com refrigeração em torno de 6ºC e tolerância até 10ºC, conforme as determinações do fabricante;
  • produtos congelados, com temperatura de -18ºC e tolerância até -15ºC.

Veículo fechado

Para evitar a influência externa, é fundamental que o veículo seja mantido fechado. Assim, o lugar em que os alimentos estão acondicionados só deve ser aberto quando chegar ao seu primeiro destino, caso existam várias entregas por fazer.

O abrir e fechar do baú é um grande problema no transporte de alimentos perecíveis a grandes distâncias. Qualquer interferência externa, mesmo que seja pequena, pode gerar danos elevados ao longo do trajeto.

Empilhamento dos produtos

As embalagens dos alimentos apresentam coeficientes máximos de empilhamento para que a empresa responsável pelo acondicionamento deles no veículo consiga organizá-los sem causar danos. Esses dados devem estar registrados nas caixas ou nos documentos, e definem os limites que devem ser cumpridos ao longo de toda a rota.

Os danos causados aos alimentos nas embalagens ou internamente causam prejuízos, já que os produtos não são vendidos. Produtos nessas condições não são adequados para o consumo.

Documentação da carga

Alguns órgãos fiscalizadores, como a ANVISA, exigem documentos específicos para o transporte de alimentos perecíveis. Essa documentação, autenticada pelo fabricante, deve estar com o condutor para que seja apresentada nos postos fiscais.

A supervisão dos documentos deve ser periódica, mantendo-se atualizada conforme a legislação vigente. A ausência ou a irregularidade nesses documentos pode gerar multas e até apreensão do veículo ou da carga, além da incidência de outras penalidades. É preciso cumprir as recomendações da ANVISA e pesquisar as normas municipais e estaduais dos municípios e estados que o veículo vai atravessar para manter sempre o respeito à lei.

Restrições

Os alimentos perecíveis não podem ser colocados junto a animais ou pessoas, de modo que não haja contaminação. Da mesma forma, não podem ser misturados a alimentos crus ou prontos.

Geralmente, existe a proibição de transportar alimentos diferentes em um mesmo veículo. Isso contribui para evitar o comprometimento dos produtos.

Para garantir o transporte de alimentos perecíveis com segurança, é fundamental ter um bom planejamento logístico, incluindo uma rota bem definida até o encerramento de todas as entregas. É preciso aplicar determinações que mostram os procedimentos corretos de manuseio e movimentação de carga, com destaque para o controle de temperatura. O gestor logístico evita riscos e aumenta as possibilidades de que a carga seja entregue nas melhores condições.

Gostou de saber mais sobre o transporte de alimentos perecíveis? Conheça melhor nosso trabalho nas redes sociais. Aproveite para conferir nossas diversas publicações na página do Facebook!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Cotação
close slider

    Dados pessoais ou empresariais

    Dados do veículo a ser transportado