Transportadora digital: tudo o que você precisa saber

Com a advento da tecnologia no Brasil e no mundo, as transportadoras tradicionais sentiram a necessidade de se tornarem uma transportadora digital. Isso porque os hábitos de consumo das pessoas mudaram consideravelmente. Hoje, por exemplo, com a popularização do conceito de TV sob demanda, que se refere à possibilidade de assistir a programas e séries gravados em qualquer lugar – inclusive no smartphone -, é muito raro alguém sentar para ver televisão na sala de estar.

Mas essa mudança não afeta apenas os costumes audiovisuais ou jornalísticos, por exemplo. Na verdade, podemos afirmar que todos os setores da indústria precisaram se adaptar de alguma forma às novas demandas e desejos dos consumidores. E o setor logístico não ficou de fora dessa! Há um aumento constante  e considerável da aquisição de produtos via e-commerce ou comércio eletrônico. 

Por isso, o tema transportadora digital pode promover diversas vantagens para o seu negócio. Aqui, vamos conversar sobre essas definições, os desafios dessa tendência e como ela funciona na prática.

As transportadoras brasileiras: um panorama das empresas que ficam por trás do transporte rodoviário de cargas

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No país, existem 147.177 transportadoras inscritas regularmente. De acordo com dados divulgados no anuário CNT (Confederação Nacional de transporte) de 2018. Além disso, há 332 cooperativas transportadoras de carga e 492.408 transportadores de carga inscritos circulando por aí. Os dados apresentados nesse documento, elaborado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), referem-se ao ano de 2018. 

O anuário da CNT também apresenta dados sobre a frota nacional. Especificamente em relação à produção de veículos (automóveis, comerciais leve, caminhões e ônibus), houve um acréscimo de 1,9%, de 2016 para 2017. Além disso, em 2017, foram confeccionados 2.699.167 veículos. Desse total:

  • 84% referem-se a automóveis;
  • 12% a comerciais leves;
  • 3% a caminhões; 
  • 0,7% a ônibus.

Um desafio bastante grande do setor, tanto para as transportadoras quanto para outras empresas envolvidas no transporte rodoviário de cargas, é a malha rodoviária. Isso porque a infraestrutura das rodovias deixa a desejar em muitas ocasiões. O território nacional conta com 1.720.700,3 km de malha no total, sendo:

  • 13,65% pavimentada (213.452,8 km);
  • 86,35% não pavimentada (1.349.938,5 km).

Breve contexto histórico: entenda a relação da Indústria 4.0 com a transportadora digital

O conceito de transportadora digital está completamente alinhado ao que chamamos de Indústria 4.0. Também conhecida como Quarta Revolução Industrial, esse fenômeno tem como finalidade facilitar a visão e permitir a execução de “fábricas inteligentes”. Elas que são conectadas a diversos aparelhos tecnológicos. Por isso, são usadas algumas tecnologias para automação e troca de dados, como a Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things) e a computação em nuvem (cloud computing). 

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A relação da Indústria 4.0 com a ideia de Logística 4.0 é bastante estreita. Inclusive, as definições desses dois conceitos muitas vezes se confundem. A Logística 4.0 também se apropria dessas novas tecnologias de automação e troca de dados. Tudo isso com objetivo de tornar os processos de setor mais inteligentes e ágeis. Afinal, com a extração e o monitoramento dos dados, é possível ter uma visão mais realista e completa do negócio. Assim, é possível propor ações mais assertivas para as falhas identificadas. 

Na prática, a Logística 4.0 pode propiciar diversas inovações, como, por exemplo:

  • Fabricação e o transporte de peças;
  • Gestão de estoque;
  • Locomoção do produto final. 

Afinal, o que é uma transportadora digital? 

A transportadora digital tem como objetivo final desenvolver e/ou reformular processos com objetivo de manter a qualidade no transporte de cargas. Ao mesmo tempo, reduzir os custos e buscar por cadeias de suprimentos mais enxutas. Com o advento da internet e dos meios digitais, as organizações sentiram a necessidade de reestruturar seus processos e torná-los mais eficientes. 

E não foi só isso! O destaque da internet incentivou o crescimento do comércio eletrônico, que, só no ano passado, registrou um faturamento de R$ 53,2 bilhões, como mostra a reportagem do Diário do Comércio. 

Além disso, com o sucesso do e-commerce, que atualmente já é um mercado consolidado, surgiram também novas demandas para o setor logístico como:

  • Cenário mais competitivo;
  • Necessidade de gerar mais satisfação ao cliente;
  • Agilidade no serviço de entrega;
  • Atendimento eficiente;
  • Automação de processo, entre outros.

Foi nesse contexto que o conceito de transportadora digital ganhou relevância.

Frete 2.0 e frota virtual: entenda os principais da transportadora digital

De fato, essa revolução digital traz a tona diversos conceitos capazes de inovar e incrementar o setor de transporte. Uma dessas tendências, que chegou para ficar, é a ideia de frota virtual, que organiza e estrutura uma ampla rede de motoristas autônomos de qualidade pelo país. 

Essa proposta conecta o caminhoneiro com a carga, tornando o procedimento mais ágil e também desenvolvendo outro conceito fundamental para que essa transformação aconteça: o frete virtual. Também chamado de Frete 2.0 (do inglês, Freight 2.0), essa inovação busca tornar o processo de entrega o mais eficiente possível. Dessa forma, ao utilizar um sistema virtual especializado em frotas virtuais, a empresa consegue localizar o motorista que melhor se adequa às necessidades da carga. 

Dessa forma, é possível conseguir benefícios, como, por exemplo:

  • Redução de custos;
  • Gestão da frota própria;
  • Aumento da performance;
  • Clientes e autônomos satisfeitos.

Como funciona uma transportadora digital?

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É importante explicar que o funcionamento de uma transportadora inovadora como essa depende necessariamente de plataformas digitais. Que possuem um sistema online para as diversas transportadoras e um aplicativo de celular para os motoristas. É graças a junção dessas duas ferramentas que a dinâmica vai acontecer como um passe de mágica. 

Na plataforma, as empresas vão divulgar os valores do seus fretes. Em seguida, os motoristas devem receber uma mensagem, no próprio celular, com as informações sobre a carga e a locomoção em si. 

Depois da contratação do frete pela plataforma, é possível monitorar, pelo próprio sistema, o motorista durante a rota. Além disso, também é possível avaliar o serviço prestado pelo caminhoneiro e ter acesso aos feedbacks de outros clientes sobre o mesmo motorista.

Outro ponto importante! Em uma transportadora digital, a ferramenta pode ser acessada, com facilidade, por qualquer pessoa da empresa que possua o login e a senha. Com isso, a comunicação da equipe fica mais ágil e eficiente, favorecendo a resolução de problemas e a proposição de ideias entre os funcionários.

Como se tornar uma transportadora digital?

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Atualmente, já existem algumas transportadoras digitais disponíveis. Para se tornar uma, é necessário fazer uma pesquisa para conhecer as empresas, os sistemas e as soluções que elas disponibilizam.

O TruckPad é um exemplo de plataforma que conecta o caminhoneiro à carga e oferece soluções para digitalizar a transportadora. Lançada em 2013 pelo empresário Carlos Mira, é a primeira startup brasileira de tecnologia e logística voltada ao transporte rodoviário de cargas. 

Destinada tanto a caminhoneiros quanto a empresas que querem melhorar a sua performance operacional, o TruckPad foi idealizado para ser o amigo eletrônico do motorista de caminhão, por criar soluções para sua rotina diária, além de fornecer informações importantes para o seu dia a dia, como: 

  • Preço de pedágio;
  • Custos de viagem; 
  • Promoções exclusivas de fornecedores na rota;
  • Venda de produtos online através do aplicativo. 

Transportadora tradicional x digital

De maneira geral, a transportadora digital oferece mais transparência, agilidade e eficiência aos processos. Com toda a tecnologia por trás desse conceito, há uma geração de dados, que facilita uma visão mais realista do cenário, a identificação de gaps e, dessa forma, também na elaboração de análises propositivas com antecedência. 

Por outro lado, as transportadoras tradicionais têm processos mais burocráticos, que dependem necessariamente de mão de obra para serem executados. Além disso, nesses casos, é praticamente impossível ter uma visão do procedimento como um todo, o que prejudica a eficiência do negócio e também a proposição de soluções.   

A equipe, com a implementação das transportadoras digitais, também assumirá um papel mais estratégico e menos operacional, ao contrário dos funcionários que atuam no modelo tradicional. Ou seja, os profissionais que trabalham, no modelo digital, não precisaram se dedicar a tarefas burocráticas, relacionadas a planilhas e documentos em geral, mas sim acompanhar a qualidade do serviço prestado para, assim, desenvolver ações de aprimoramento dos processos. 

Entretanto, os custos também tendem a ser reduzidos na transportadora digital, porque há mais eficiência e consciência dos processos. Na transportadora digital, inclusive, há uma gestão das métricas bem estruturada e eficaz. Geralmente, são definidos KPIs (do inglês, key performance indicator, que, em tradução livre para o Português, significa indicadores-chave de performance). 

Tabela com as principais diferenças desses modelos

Para resumir, confira a tabela com as principais diferenças entre os dois modelos:

Transportadora Digital Transportadora Tradicional
Sistemas integrados e automatizados (menos processo manual) Controles manuais e muito retrabalho
Rápida, em tempo real Cadeia de transporte com muitos processos lentos
Atuação preventiva e consultiva Atuação reativa
Cadeia de transportes monitorada e visível sistemicamente Visão restrita
Equipe reduzida, mais eficiente e produtiva Operações completas, mas com serviços de alto custo
Contratação e gestão de autônomos digital / criação de frota virtual Sem KPIs (indicadores de sucesso) para melhoria contínua

Conclusão

A transportadora digital oferece diversos benefícios, tanto para a empresa contratante quanto para o motorista autônomo. Por estar alinhada às inovações sugeridas na Indústria 4.0, há uma intensa geração de dados, que permitem uma visão mais eficiente do processo. Dessa forma, é possível acompanhar a qualidade do serviço prestado de ponta a ponta e bem de pertinho.

Neste artigo, você teve contato com o conceito de transportadora digital, pôde entender sua definição e suas principais vantagens. Além disso, foi apresentado ao contexto que propiciou o desenvolvimento dessa ideia e também a diferenciação desse termo para o modelo de transportadora tradicional.

Esperamos ter te ajudado a entender esse conceito e os principais benefícios da implementação dele. Para se manter atualizado e aproveitar as oportunidades do setor, acompanhe nosso blog e mais materiais como este.

Obrigado por ler até aqui!

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